“Então ela finge. Finge que não vê, finge que não leu, finge que não liga. Finge que está bem,
finge que é feliz. Ela finge que não é nada sentimental. Escode suas lágrimas
de uma forma de dar dó. Finge que esqueceu, que nada aconteceu. Ela finge que suporta tudo isso de cabeça erguida. Finge que é forte, mesmo sabendo que é fraca o bastante por dentro. Mas ninguém precisa saber, ninguém precisa saber o que passa por aqui, dentro dela. Afinal, ninguém se importa […] E como todos os dias continua sorrindo, repetindo pra si mesmo ”Tudo vai ficar bem, te acalma. É só um pesadelo.” Mas que pesadelo mais cruel, pequena.”
(Desconhecido.)
“Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento historinhas para mim mesma, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinha não me larga. Algumas paranoias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou tod
o(a) sensível, as coisas me comovem.”
(Caio Fernando Abreu.)